USP participa de campanha que busca combater o idadismo e resgatar o valor da idade e da experiência
01/12/2020
Hérika Dias
Se o tempo nunca valeu tanto, imagine quanto vale alguém que já viveu muito tempo? A frase é uma reflexão que o movimento “Sou Mais Sessenta” traz em uma campanha para resgatar o valor da idade e, ao mesmo tempo, combater o idadismo. O preconceito pela idade é quando criamos estereótipos, em geral negativos, ou discriminamos uma pessoa ou grupo de pessoas pela sua idade ou pelo fato delas parecerem envelhecidas.
Muitas dessas ideias preconcebidas podem ser inconscientes, mas estão presentes quando imaginamos que envelhecer significa ser algo ruim, ou associamos a uma pessoa improdutiva e dependente, ou que sempre desenvolverá demência. Considerar que todo idoso é igual ou infantilizá-lo por considerá-lo frágil e débil. A concretização desses estereótipos surge com o preconceito ao excluir candidatos a vagas de empregos por causa da idade, por exemplo.
“Precisamos desconstruir esses mitos e educar para o processo de envelhecimento. Não podemos restringir uma pessoa por causa de uma característica biológica e um número. Quando se carrega dentro de si esses estereótipos negativos, há uma estigmatização de um grupo e isso se reflete no fato de que muitas pessoas não querem envelhecer”, diz o médico Egídio Dórea, coordenador do programa USP 60+.
O programa é um dos parceiros da campanha “Sou Mais Sessenta” junto com a Ativen, A² Local Brazil e ArtPlan, e com o apoio do Centro Internacional de Longevidade ILC Brasil. A partir de cartazes e um filme, a campanha mostra imagens positivas de envelhecer e enaltece as experiências de vida, como de um médico veterinário que já atendeu 15 mil animais e de um caminhoneiro que percorreu um milhão de quilômetros.
“Sou Mais Sessenta” também destaca que a idade não é limitante para nada. A Sônia Magalhães Soares, por exemplo, decidiu ser atriz após os 60 anos. A Neuza Guerreiro de Carvalho tem 90 anos e há 12 anos trabalha como digital influencer.
Rádio USP
Ouça a entrevista do médico Egídio Dórea, coordenador do programa USP 60+ no Jornal da USP no ar.