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“Já se sentiu discriminada por ser velha?”

Você já se sentiu diminuída ou discriminada por causa da idade? Eu sim e vou te contar. Vira e mexe eu ouço a seguinte frase: “nossa Sylvia, como você está bem, nem parece que tem 77 anos. Quando eu crescer quero ser que nem você”. E essa fala está cheia de preconceito. O que isso quer dizer? Que uma pessoa velha não pode estar bem? Uma pessoa velha precisa estar caindo aos pedaços? E isso aconteceu também com um a amiga minha de 84 anos, quando estávamos conversando juntas, alguém disse para ela (em tom de espanto): “nossaaaaaa, você está bem!”. E por que não estaria? Tem gente que acha que devemos andar nos arrastando conforme vamos envelhecendo. E isso demonstra o enorme preconceito contra o velho. Afinal, velho é sinônimo de coisa acabada… Uma coisa importante de lembrar: todos vamos ficar velhos. A partir dos 60 anos aqui no Brasil já é considerado como velho.

O preconceito que os velhos sofrem tem nome: etarismo, ageísmo ou idadismo. Esse termo foi criado pelo psiquiatra Dr. Robert Butler em 1969 e vem da palavra age (idade em inglês). E o que quer dizer isso na prática? É dizer que o velho não existe, é não ter paciência com o velho, é achar que o velho não está entendendo nada ou achar que ele não pode cuidar da própria vida. É claro que existem velhos que estão perturbados mentalmente, mas cada caso é um caso. Não podemos generalizar e achar que todos os velhos são iguais. Além disso, o preconceito não está só no mundo, pode estar em nós também. Sabe quando você experimenta uma roupa que gostou e depois começa a achar que aquela roupa não é para a sua idade? Que você passou da idade? Deveríamos parar de ter vergonha de esconder a idade e assumir a velhice.

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