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Ações inspiradoras para combater o preconceito contra os mais velhos

Todos os esforços para derrubar estereótipos e integrar idosos à sociedade são bem-vindos e deveriam ser amplificados

Tive o prazer de conhecer o trabalho da Changing the Narrative, (Mudando a Narrativa), organização que vem batalhando em várias frentes de ações afirmativas contra o ageísmo, ou etarismo. A entidade criou um certificado para as empresas amigas do idoso, ou seja, as que realmente se engajam no compromisso de incluir a mão de obra sênior – e a diversidade – no ambiente corporativo. Trata-se de um bom exemplo a ser seguido, mas não para por aí. Uma coleção de fotos, como a que ilustra a coluna, é fruto de uma parceria com o banco de imagens Unsplash. Está disponível para download e retrata pessoas

acima dos 50 fugindo dos estereótipos negativos, mesmo em situações desafiadoras como, por exemplo, em casos de incapacidade física. E ainda idealizou uma campanha pedindo que artistas produzissem cartões de aniversário celebrando o envelhecimento, deixando de lado as infames piadinhas sobre ficar mais velho. Aproveito para também utilizar um deles, cujo texto diz: “dizem que idade é apenas um número, mas eu afirmo que, a cada ano que passa, você fica mais fabuloso!”. Quem sabe alguém se anima a fazer o mesmo no Brasil?

Num seminário recente sobre etarismo, assisti à palestra de Heather Tinsley-Fix, que trabalha como consultora da associação de aposentados norte-americanos, a AARP, que reúne quase 40 milhões de participantes. Sua função é buscar meios para que os membros da organização sigam ativos profissionalmente. Ela afirmou que é preciso estar atento para os filtros dos programas de inteligência artificial, que “podem estar contaminados por algoritmos ageístas e sexistas”. Durante o debate, sugeriu mudanças nos dados fornecidos por candidatos a vagas de forma que o fator idade não fique disponível: “informações do currículo como a data de graduação de um candidato podem fazer com que seja descartado por ser mais velho”, exemplificou. A própria AARP tem um site de empregos para os 50 mais e uma parceria com empresas amigas da mão de obra sênior: uma espécie de selo de reconhecimento chamado de Employer Pledge Program.

Na frente contra o preconceito contra trabalhadores maduros, toda ação conta. No mesmo evento, Becky Canterbury, gerente do banco de imagens Shutterstock, disse orgulhar-se da sua atual empresa, que promove a diversidade em seus quadros e reúne os funcionários em palestras ou encontros informais. No entanto, reconhece que na sua área, de tecnologia de informação, os mais velhos são vistos com desconfiança: “já tive o desprazer de indicar o nome de amigos muito qualificados para vagas e me deparar com dúvidas do recrutador sobre se essas pessoas, acima dos 50 anos, seriam capazes de atender às demandas do cargo”.

Por Mariza Tavares

Jornalista, autora dos livros “Longevidade no cotidiano: a arte de envelhecer bem” e “Menopausa: o momento de fazer as escolhas certas para o resto da sua vida”

FONTE: GLOBO

 

FOTO DE CAPA: Cartão de aniversário criado pela artista Nikki LaRochelle — Foto: Reprodução

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