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Longevidade nas cidades: precisamos de adaptar os espaços a pensar nos mais velhos

Decorreu mais uma webtalk dedicada aos desafios associados à longevidade, desta vez com foco na organização do espaço urbano, mas também na partilha de exemplos de ideias e programas em curso, centrados no envelhecimento, em Portugal e lá fora.

A organização das cidades, as adaptações necessárias a uma população mais envelhecida e o que está a ser feito no terreno, tanto em Portugal como no estrangeiro, estiveram entre os temas de mais uma webtalk do projeto do Expresso dedicado à longevidade.

O primeiro painel contou com a participação à distância de Eric Kihlstrom, embaixador do Reino Unido para a Aging2.0, e Bradley Schurman, fundador e CEO da organização The Super Age. No segundo painel participaram Luísa Salgueiro (presidente da Câmara Municipal de Matosinhos e da Associação Nacional de Municípios Portugueses), José Carreira (fundador do movimento iberoamericano Stop Idadismo) e Catarina Rondão (coordenadora do projeto Memo-Move, da Câmara Municipal do Fundão). A moderação ficou a cargo do diretor-adjunto do Expresso, Martim Silva.

Estas foram as principais ideias abordadas:

HABITAÇÃO

O líder da The Super Age – empresa de consultoria que ajuda organizações a compreender os desafios e a aproveitar as oportunidades da evolução demográfica – realça a necessidade de fazer adaptações nas casas para que os mais velhos estejam seguros, nomeadamente de forma a evitar quedas.

A partir de Washington, nos Estados Unidos, Bradley Schurman referiu como pequenas mudanças, como por exemplo instalar dispositivos de apoio na casa de banho ou melhorar a luminosidade dos espaços, podem fazer a diferença.

Eric Kihlstrom, embaixador do Reino Unido para a Aging2.0, e Bradley Schurman, fundador e CEO da organização The Super Age
Eric Kihlstrom, embaixador do Reino Unido para a Aging2.0, e Bradley Schurman, fundador e CEO da organização The Super Age
NUNO FOX

ORGANIZAÇÃO URBANA

Ser possível caminhar em passeios sem buracos ou barreiras, em ruas com bancos disponíveis e onde é simples subir para entrar no autocarro, foram alguns exemplos dados por José Carreira – fundador e presidente do movimento Stop Idadismo – para cidades mais amigas dos idosos.

Na área da mobilidade, a tecnologia irá desempenhar um papel fundamental, segundo Eric Kihlstrom, embaixador britânico da Aging2.0 – organização que trabalha para acelerar inovação que facilite o processo de envelhecimento.

Para Bradley Schurman, é preciso um “design inclusivo”, das ruas e dos edifícios, num momento em que vivemos um “período transformador”: a natalidade diminui e estamos cada vez mais velhos.

Luísa Salgueiro salienta a atual “fase crucial” em Portugal, uma vez que “a maioria dos municípios está a adaptar os planos diretores municipais”. Ou seja, é possível “ir ao encontro das necessidades das pessoas” e “criar cidades mais próximas e mais amigas das pessoas idosas”.

IDADISMO

José Carreira explicou que o idadismo é uma “discriminação em função da idade”, a terceira que “mais vitima pessoas no mundo”, depois do racismo e do sexismo. Apesar de também os mais jovens poderem ser alvo de idadismo, são os mais velhos quem mais sofre, numa sociedade que “olha para todas as pessoas mais velhas como se fossem iguais” e enquanto “fardo”, o que se traduz em “invisibilidade” e isolamento e solidão.

 

PREVENÇÃO

A coordenadora do Memo-Move, Catarina Rondão, contou como este projeto da Câmara Municipal do Fundão, destinado à estimulação cognitiva e motora, tem ajudado os maiores de 65 anos a “prevenir capacidades físicas, cognitivas, de alimentação, do sono e também questões sociais”.

Criado em setembro de 2020, o programa foca-se na recuperação de capacidades e no retardar da evolução de patologias ou na autonomia e bem-estar, com atividades promovidas por parceiros locais, dependendo da avaliação realizada previamente.

SOCIALIZAÇÃO

Para a forma como se envelhece é determinante a qualidade das relações sociais, daí a importância da promoção de atividades em comunidade. Eric Kihlstrom exemplifica com o que acontece na sua vizinhança: apoiam os mais velhos quando precisam de ir à farmácia ou às compras – por vontade própria, sem esperar nada em troca.

O especialista classifica a longevidade como uma “dádiva”, por isso é que não deve ser tratada como um problema, mas sim com o intuito de “melhorar a qualidade de vida” dos mais velhos. Para tal, refere o exemplo do programa de prescrição social no Reino Unido: em vez de medicamentos, são “receitadas” atividades como caminhadas ou aulas de artes.

LONGEVIDADE

Longevidade nas cidades: precisamos de adaptar os espaços a pensar nos mais velhos

O diretor-adjunto do Expresso, Martim Silva, na moderação do debate com Catarina Rondão, José Carreira e Luísa Salgueiro (à distância)
O diretor-adjunto do Expresso, Martim Silva, na moderação do debate com Catarina Rondão, José Carreira e Luísa Salgueiro (à distância)
NUNO FOX

A organização das cidades, as adaptações necessárias a uma população mais envelhecida e o que está a ser feito no terreno, tanto em Portugal como no estrangeiro, estiveram entre os temas de mais uma webtalk do projeto do Expresso dedicado à longevidade.

O primeiro painel contou com a participação à distância de Eric Kihlstrom, embaixador do Reino Unido para a Aging2.0, e Bradley Schurman, fundador e CEO da organização The Super Age. No segundo painel participaram Luísa Salgueiro (presidente da Câmara Municipal de Matosinhos e da Associação Nacional de Municípios Portugueses), José Carreira (fundador do movimento iberoamericano Stop Idadismo) e Catarina Rondão (coordenadora do projeto Memo-Move, da Câmara Municipal do Fundão). A moderação ficou a cargo do diretor-adjunto do Expresso, Martim Silva.

Estas foram as principais ideias abordadas:

HABITAÇÃO

O líder da The Super Age – empresa de consultoria que ajuda organizações a compreender os desafios e a aproveitar as oportunidades da evolução demográfica – realça a necessidade de fazer adaptações nas casas para que os mais velhos estejam seguros, nomeadamente de forma a evitar quedas.

A partir de Washington, nos Estados Unidos, Bradley Schurman referiu como pequenas mudanças, como por exemplo instalar dispositivos de apoio na casa de banho ou melhorar a luminosidade dos espaços, podem fazer a diferença.

Eric Kihlstrom, embaixador do Reino Unido para a Aging2.0, e Bradley Schurman, fundador e CEO da organização The Super Age
Eric Kihlstrom, embaixador do Reino Unido para a Aging2.0, e Bradley Schurman, fundador e CEO da organização The Super Age
NUNO FOX

ORGANIZAÇÃO URBANA

Ser possível caminhar em passeios sem buracos ou barreiras, em ruas com bancos disponíveis e onde é simples subir para entrar no autocarro, foram alguns exemplos dados por José Carreira – fundador e presidente do movimento Stop Idadismo – para cidades mais amigas dos idosos.

Na área da mobilidade, a tecnologia irá desempenhar um papel fundamental, segundo Eric Kihlstrom, embaixador britânico da Aging2.0 – organização que trabalha para acelerar inovação que facilite o processo de envelhecimento.

Para Bradley Schurman, é preciso um “design inclusivo”, das ruas e dos edifícios, num momento em que vivemos um “período transformador”: a natalidade diminui e estamos cada vez mais velhos.

Luísa Salgueiro salienta a atual “fase crucial” em Portugal, uma vez que “a maioria dos municípios está a adaptar os planos diretores municipais”. Ou seja, é possível “ir ao encontro das necessidades das pessoas” e “criar cidades mais próximas e mais amigas das pessoas idosas”.

“Pauleta” fotografado à porta de sua casa, em Águeda. Aos 83 anos é um dos habitantes mais autónomos de uma minicidade para idosos

 

José Carreira explicou que o idadismo é uma “discriminação em função da idade”, a terceira que “mais vitima pessoas no mundo”, depois do racismo e do sexismo. Apesar de também os mais jovens poderem ser alvo de idadismo, são os mais velhos quem mais sofre, numa sociedade que “olha para todas as pessoas mais velhas como se fossem iguais” e enquanto “fardo”, o que se traduz em “invisibilidade” e isolamento e solidão.

Longevidade nas cidades: precisamos de adaptar os espaços a pensar nos mais velhos

PREVENÇÃO

A coordenadora do Memo-Move, Catarina Rondão, contou como este projeto da Câmara Municipal do Fundão, destinado à estimulação cognitiva e motora, tem ajudado os maiores de 65 anos a “prevenir capacidades físicas, cognitivas, de alimentação, do sono e também questões sociais”.

Criado em setembro de 2020, o programa foca-se na recuperação de capacidades e no retardar da evolução de patologias ou na autonomia e bem-estar, com atividades promovidas por parceiros locais, dependendo da avaliação realizada previamente.

Longevidade nas cidades: precisamos de adaptar os espaços a pensar nos mais velhos

SOCIALIZAÇÃO

Para a forma como se envelhece é determinante a qualidade das relações sociais, daí a importância da promoção de atividades em comunidade. Eric Kihlstrom exemplifica com o que acontece na sua vizinhança: apoiam os mais velhos quando precisam de ir à farmácia ou às compras – por vontade própria, sem esperar nada em troca.

O especialista classifica a longevidade como uma “dádiva”, por isso é que não deve ser tratada como um problema, mas sim com o intuito de “melhorar a qualidade de vida” dos mais velhos. Para tal, refere o exemplo do programa de prescrição social no Reino Unido: em vez de medicamentos, são “receitadas” atividades como caminhadas ou aulas de artes.

Longevidade nas cidades: precisamos de adaptar os espaços a pensar nos mais velhos

TRABALHO

Para conseguir reter os trabalhadores mais velhos, Bradley Schurman sublinha a necessidade de flexibilidade, exemplificando com licenças para cuidar de familiares. Eric Kihlstrom destaca que a coexistência de mão-de-obra com idades diversas é um fator enriquecedor e que conduz a maior produtividade.

FONTE: EXPRESSO LONGEVIDADE 

FOTO DE CAPA: NUNO FOX

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