Destacamos o artigo de opinião de Joaquim Jorge, publicado no Jornal i.
No artigo, Joaquim Jorge alerta para o idadismo contra um candidato autárquico, desta feita Luís Filipe Meneses.
NOTAS:
- Não tomamos qualquer posição político partidária, mas não deixaremos de repudiar e denunciar casos de idadismo contra quem quer que seja, também contra candidatos às eleições.
- Solicitamos que, caso tenha conhecimento da existência de discriminação de candidatos, pela sua idade, entre em contato conosco, através do E-mail: info@stopidadismo.pt
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ARTIGO EM DESATQUE: “Luís Filipe Menezes e o idadismo”
Ao longo dos últimos anos, tem sido registado um aumento progressivo dos casos de discriminação etária no trabalho e de âmbito social
O meu registo de interesses, para que não restem dúvidas. Vivo em Gaia e sou apoiante de Menezes, pelo que é , pelo que fez e pelo que pode, ainda, fazer.
Desde que apresentou a sua candidatura, fiquei abismado com o frenesim que cria o seu nome e o seu legado. Bastou ser notícia, para começarem os ataques cobardes e perfis falsos.
A força do nome Luís Filipe Menezes vê-se nesta pusilanimidade histriónica. Esta candidatura como começou, e bem, afirma-se pela positiva, por novas ideias, por sugestões com serenidade.
Não deve haver espaço para insultos, para maledicência, política rasteira e discurso de destruição.
Sempre por bem, sempre pela afirmativa, sempre confiante, sempre esperançosa.
Mas há uma critica que lhe fazem que me irrita: “Menezes está velho”. Acho isso, quiçá insultuoso, querendo dizer que o candidato do PS é novo, dado que tem 48 anos. Poder-se-ia contrapor dizendo que essa candidatura é inexperiente e falta-lhe presença autárquica, pois o candidato; foi presidente da junta de Mafamude e, ao mesmo tempo, deputado. Como sabemos é impossível estar nos dois lugares ao mesmo tempo. O dom da ubiquidade é associado a um ser divino, que não é o caso.
É preciso cada vez mais aproveitar o saber e a experiência dos mais velhos. Menezes é uma enciclopédia autárquica que deve ser aproveitada e não desperdiçada.
Crescentemente com o avanço da medicina, a 3.ªidade já era, podemos começar a falar de uma 4.ª idade. As pessoas vivem para lá dos 80 anos e muitas atingem os 90 anos.
Os 70 anos actuais de uma pessoa são os novos 50, as pessoas gradualmente vivem mais anos e a esperança de vida continua a aumentar. Geneticamente falando, Menezes vai durar muito tempo, o seu Pai tem 99 anos.
Deste modo, uma pessoa com mais idade não pode ser considerada proscrita, posta para um canto, mas deve ser aproveitada socialmente e de pleno direito.
Viviane Reding, ex-comissária europeia, acha que os cidadãos mais velhos representam um segmento importante e cada vez maior, da nossa sociedade europeia, da nossa economia, da nossa cultura e das nossas vidas, independentemente do actual contexto económico de crise.
Ao longo dos últimos anos, tem sido registado um aumento progressivo dos casos de discriminação etária no trabalho e de âmbito social. Uma pessoa mais velha é um património de saber e experiência.
Os mais velhos, tal como as gerações que se lhes seguem, são o melhor património humano que um país pode ter, desde logo, se tivermos a inteligência e a visão estratégica de saber utilizar o seu imenso manancial de conhecimentos, experiências e sabedoria. Este património não tem sido suficientemente salvaguardado e rentabilizado.
Aproveitemos o que Menezes nos tem para dar. Atacar um candidato porque alegam que é velho, acho idadismo. Estou cansado de uma sociedade que põe rótulos e etiquetas às pessoas.
Menezes tem 71 anos. Velho é Donald Trump com 79 anos. Isaltino Morais tem 75 anos e vai voltar a concorrer, Basílio Horta tem 81 anos e sai da Câmara de Sintra por limite de mandatos. António Braga, que foi secretario de Estado das Comunidades Europeias, é o candidato do PS à CM Braga e tem 72 anos.
Não vejo na idade um óbice para alguém ser presidente de câmara. Marcelo Rebelo de Sousa recandidatou-se e tem actualmente 76 anos e é o presidente da República.
O importante é ter saúde, estar em boa forma física e mental e, o mais importante, querer. O resto é conversa.