O GRUPO IKEA PORTUGAL criou, e muito bem, o Podcast “Igualmente”  que pretende promover conversas sobre diversidade, igualdade e inclusão, conduzidas por Rui Maria Pêgo.

Uma iniciativa interessante e com valor, um programa sobre diversidade e preconceitos (género, raça/etnia, acessibilidade).

Contudo, a questão da idade parece ter ficado de fora…

Ainda mais preocupante, e, de certo modo, frustrante, quando um dos episódios, o n.º 8 – Ageism – Preconceito da idade no mercado de trabalho – tem expressões e ideias como as que seguem:

“O Rui tem 68 anos, impecável. Eu diria que tem para aí 52.”

“Como é que a tua idade é um benefício?” (pergunta colocada ao colaborador mais novo, Diogo Costa, de 20)

Resposta:

“Damos inovação. Somos mais criativos e mais interessados porque é algo novo. Por não temos tantos conhecimentos, temos… (responde o apresentador: “menos vícios”)… exatamente.”

“O Diogo tem este otimismo todo e nós não. Estamos a pensar no que vai acontecer à nossa vida. Esta também é uma vantagem de ter jovens nas empresas.”

“Essa era outra conversa longa. (ironicamente) Com 80 anos sou CEO…” 

QUESTÕES:

Uma pessoa com 68 anos não pode estar impecável?

Só os jovens são inovadores e criativos?

Os mais velhos têm mais vícios?

Só os jovens são otimistas? 

Com 80 anos não se pode ser CEO? 

Destacamos a assertividade da socióloga, Rita Mexia e destacamos uma das suas ideias com a qual concordamos totalmente:

“É importante que as empresas olhem para este tem de uma forma séria. Até agora as empresas olham para a questão como algo que não é assim tão sério falar sobre este tema. O exemplo tem que vir de cima, das administrações.“

Não podemos ficar-nos pelas boas intenções, é fundamental que os temas, pela seriedade que encerram, sejam tratados com base em conhecimento efetivo das questões. Sob pena de a contradição estar ao virar das esquina, ou seja uma empresa investir (e bem) no trabalho para a inclusão e estar a  potenciar a exclusão.

Veja o podcast, no vídeo que se segue, e responda à questão:

O PODCAST IKEA “IGUALMENTE” É IDADISTA?