A Associação STOP IDADISMO celebra a dicionarização da palavra “idadismo”.
Foi apresentada, na Academia das Ciências de Lisboa, a nova edição do Dicionário da Língua Portuguesa que inclui, entre outras novidades a palavra “idadismo”. Para José Carreira, Presidente da Associação Stop Idadismo, “trata-se de uma vitória simbólica para todas as pessoas que são anti-idadistas e querem construir um mundo para todas as idades (#AWorld4AllAges). Para esta conquista foi fundamental o trabalho de todos os ativistas que apoiam e divulgam e potenciam o Movimento Ibero-Americano Stop Idadismo, especialmente os falantes da língua portuguesa. Um agradecimento especial aos nossos parceiros da José Pedro Aguiar Branco Advogados (JPAB), através da sua Desk de serviços especializados, direcionada ao acompanhamento das diversas questões jurídicas associadas à Longevidade.”
O nosso reconhecimento e gratidão à Doutora Ana Salgado, coordenadora do projeto e presidente do Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa da ACL, pelo trabalho hercúleo da sua equipa e pela sensibilidade expressa para temas como o idadismo, o sexismo, o racismo…
O ato contou com as comunicações de Telmo Verdelho, intitulada Dicionarização da língua portuguesa: retrospetiva crítica; Álvaro Iriarte Sanromán, intitulada O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea como ferramenta para a codificação em português e de Ana Salgado, intitulada A edição digital do dicionário da Academia das Ciências de Lisboa.
A palavra “idadismo” é definida como atitude de discriminação e preconceito com base na idade.
A Associação Stop Idadismo reclamava, desde a sua criação, a inclusão do termo no Dicionário da Língua Portuguesa. “A inclusão da palavra idadismo pode ajudar a que se reconheça este problema que continua a ser invisível e que afeta milhares de pessoas. Recordo que segundo a OMS, uma em cada duas pessoas é idadista em relação às pessoas mais velhas. Uma realidade que não tem nome é como se não exista, dificultando o seu conhecimento e um combate efetivo.” (José Carreira)
A ONU qualificou esta discriminação como um desafio silencioso, mas devastador para a sociedade, no relatório publicado em março de 2021 intitulado “Relatório Mundial Sobre o Idadismo”, e que influencia a nossa forma de pensar, de sentir e de agir. Podemos e devemos prevenir a ocorrência do Idadismo. Mesmo pequenas mudanças na forma como pensamos, sentimos e agimos, em relação à idade e ao envelhecimento, serão benéficas para os indivíduos e as sociedades.
“O relatório revela que o idadismo é prevalente, amplamente disseminado e insidioso, porque passa em grande medida despercebido e incontestado. O idadismo tem conse-quências graves para a saúde, o bem-estar e os direitos humanos da população. Entre as pessoas idosas, o idadismo está associado à uma pior saúde física e mental, ao maior isolamento social, à solidão, à insegurança financeira, à redução na qualidade de vida e à morte prematura. O ida¬dismo tem sido menos estudado nos jovens. Há menos relatos na literatura, mas vem sendo notificado em várias áreas, inclusive nas relacionadas com emprego, saúde e habitação. Durante todo o curso da vida, o idadismo interage com o capacitismo, o sexismo e o racismo.”
A também dirigente da Associação Stop Idadismo, Sílvia Triboni, esteve presencialmente no evento e considera que “Além do mais, a inserção da palavra idadismo no dicionário poderá ampliar o entendimento do seu significado em termos técnicos, uma vez que, até aos dias de hoje, a palavra idadismo gerava confusão para as pessoas menos familiarizadas com o assunto específico. Isso ajudará a garantir a clareza e precisão nas nossas próximas comunicações técnicas, escritas e orais.”
Associação Stop Idadismo:
– Pugna por um Mundo Para Todas as Idades, através de três estratégias: Políticas Públicas e Legislação; Intervenções Educacionais e Atividades Intergeracionais.
– SITE: https://stopidadismo.pt/
– E-MAIL: info@stopidadismo.pt