A consultora nacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Cristina Hoffman, defendeu, nesta quarta-feira (17/5), a consciencialização da população sobre a questão do idadismo.
A especialista participou numa audiência pública na Comissão da Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, na Câmara dos Deputados.
Hoffman destacou que a idade não pode ser relacionada com a doença.
“Se fosse fazer uma enquete no Brasil, quando pergunta como se percebe a pessoa idosa, a maioria diria ou descreveria como uma pessoa doente ou dependente e essa não é nem de longe a realidade do Brasil”.
As pessoas idosas correspondem a quase 15% da população brasileira.
“Quando temos um estereótipo, isso é muito comum em relação à população idosa, estamos falando como pensamos em relação às pessoas, quais os sentimentos que nos provocam ao nos relacionarmos com outras pessoas e na forma como agimos que provoca a discriminação”
Segundo a especialista, o idadismo impacta diretamente na qualidade de vida da pessoa idosa.
“O Brasil aumenta o número de pessoas idosas e esse número muda ou exige muitas mudanças em nossas políticas, concepções, relações institucionais e interpessoais. Isso implica na necessidade e adequação de políticas públicas que correspondam à diversidade e heterogeneidade que é o envelhecer no Brasil. É diversidade que nos exige um olhar de acolhida, compartilhamento, olhar de construção conjunta”.
“A grande maioria da população idosa é autônoma e independente, não significa que não tenhamos algum problema de saúde ou limitação no dia a dia, mas isso não inviabiliza, não impossibilita de exercer o seu direito, de ocupar o seu espaço na sociedade. O quanto é importante refletirmos sobre esses estereótipos que não se aplicam só aos idosos, mas também a outras idades.”