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Equipas Intergeracionais podem travar idadismo no local de trabalho, defende Associação Stop Idadismo

COMUNICADO 

Equipas Intergeracionais podem travar idadismo no local de trabalho, defende Associação Stop Idadismo

O idadismo é um tema pouco estudado. Neste sentido, saudamos a publicação do estudo “Compreender o Idadismo no Local de Trabalho” (Fundação Francisco Manuel dos Santos), coordenado por David Patient (coord.) e que conta com a colaboração das investigadoras Susana Schmitz, Carla Sofia Esteves, Christin-Melanie Vauclair e Miriam Rosa. Poderá aceder ao documento (disponível, gratuitamente, para download) no site da FFMS .

Para estimular a leitura do estudo, muito bem documentado, destacamos 8 ideias-chave:

  • O idadismo é experienciado por mais pessoas do que o racismo e o sexismo e tem consequências negativas relevantes para os indivíduos, as organizações e as sociedades.
  • As decisões de recursos humanos e de pessoal que envolvem trabalhadores mais jovens e mais velhos são frequentemente enviesadas em função da idade.
  • O idadismo tem efeitos negativos tanto para os seus alvos como para quem o pratica.
  • Uma vez que nas organizações contemporâneas podem coexistir até quatro gerações, é cada vez mais importante compreender o idadismo e as relações intergeracionais nas organizações.
  • Abordar a questão do idadismo no local de trabalho pode ter múltiplos benefícios para as organizações, incluindo a redução das intenções de se despedir, a melhoria do desempenho e o aumento da satisfação profissional.
  • Um número consideravelmente maior de trabalhadores mais jovens (42,3%) reportou níveis moderados ou elevados de discriminação relacionada com a idade, por comparação com os trabalhadores de meia-idade (28,6%) e os mais velhos (25,6%).
  • A experiência de discriminação relacionada com a idade está associada a resultados negativos no local de trabalho, incluindo maior perceção de conflitos interpessoais no local de trabalho, menor satisfação profissional e maior desejo de abandonar a organização.
  • A vivência de discriminação relacionada com a idade tem um impacto negativo no bem-estar, em termos de aumento dos níveis de stresse, pior saúde mental e pior saúde física.

Stop Idadismo atribui selo a empresas e entidades que promovem a intergeracionalidade

JOSE CARREIRA (PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO STOP IDADISMO) E JORGE PEREIRA (PRESIDENTE CENTRO SOCIAL VALE DO HOMEM)

Considerando que os programas de formação em diversidade etária são uma ferramenta eficaz, a Associação desenvolveu o Selo Stop Idadismo. O Centro Social Vale do Homem recebeu o primeiro selo em Portugal Continental, depois da Casa do Povo de Santa Bárbara, na Ilha Terceira. Este selo de excelência representa um marco histórico na nossa missão de combater o IDADISMO, reconhecendo os esforços significativos das entidades que se comprometem plenamente com a promoção da igualdade e respeito por todas as idades.

“As organizações desempenham um papel muito importante no combate ao idadismo no local de trabalho. Uma vez que é a qualidade do contacto intergeracional, e não a sua frequência, que melhora as atitudes e as relações entre os trabalhadores mais jovens e os mais velhos, as organizações devem criar oportunidades de contacto intergeracional positivo, por exemplo, através de atividades de formação de equipas intergeracionais, bem como de programas de mentoria e de mentoria inversa. O papel dos recursos humanos é fundamental para garantir que a seleção, a avaliação e a formação dos trabalhadores são realizadas tendo em conta os preconceitos e que são proporcionadas a todos oportunidades iguais no local de trabalho, independentemente da idade” defende o presidente da Associação Stop Idadismo, José Carreira.

A Associação, em parceria com as Obras Sociais Viseu, oferece suporte essencial e conhecimento especializado durante todo o processo de implementação do selo, conduzindo ações de formação para os/as embaixadores/as do selo e organizando sessões de sensibilização para os/as colaboradores/as.

“Constatar que o trabalho que desenvolvemos está em linha com as recomendações dos investigadores, reforça o entusiasmo e propósito na concretização das ações que desenvolvemos”, sublinha José Carreira. “O contacto, no terreno, com a realidade das organizações, permite-nos reforçar a ideia de que se deve implementar formação em diversidade para aumentar a sensibilização para os estereótipos e os seus efeitos complexos sobre os alvos.

Abordar o problema do idadismo requer um esforço coletivo que envolve o contributo de todos. A compreensão dos estereótipos é uma parte importante dos programas de diversidade e de sensibilização nas organizações. Menos tensão e mais contacto entre as diferentes gerações, bem como menos estereótipos (negativos) em relação a estas, são condições importantes para o desenvolvimento de um clima intergeracional positivo no local de trabalho.”

para o combate ao idadismo nas organizações

Tendo por base a nossa experiência, subscrevemos a necessidade de abordar a interseccionalidade. O idadismo interage frequentemente com outros «-ismos», como o racismo o sexismo ou o capacitismo. “A formação no local de trabalho pode, em algumas circunstâncias, ter de abordar mais do que um deles de cada vez, de modo a aliviar os múltiplos fardos que alguns indivíduos carregam na nossa sociedade. Tendo em conta o seu potencial para criar uma sociedade mais equitativa e inclusiva, o combate ao idadismo no local de trabalho deve ser uma prioridade para Portugal, defende o presidente da Stop Idadismo.”

A publicação do estudo “Compreender o Idadismo no Local de Trabalho”, com a chancela de qualidade da FFMS, é de suma importância para a compreensão das organizações das consequências que resultam do idadismo exercido sobre os mais velhos e sobre os mais novos e do quão urgente é formar e capacitar as equipas para a não discriminação em função da idade. Nós continuaremos a trabalhar para levar a ferramenta Selo Stop Idadismo às organizações que pretendam potenciar as características das diferentes gerações, promovendo a intergeracionalidade”, garante José Carreira.

 

FOTO DE CAPA: FILME O ESTAGIÁRIO 

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