PROGRAMA DO BLOCO DE ESQUERDA: MUDAR DE VIDA
Longevidade, Envelhecimento ou Idadismo são palavras que não aparecem em qualquer das 16 páginas do Manifesto Eleitoral do Bloco de Esquerda.
Ainda assim, o BE apresenta algumas propostas que têm (também) em vista os mais velhos.
Por exemplo, a criação de um Serviço Nacional de Cuidados
“Partilhamos a responsabilidade pelos nossos. O cuidado dos doentes, dos mais velhos e das crianças não pode ser um peso carregado apenas pelas famílias – em particular, pelas mulheres – ou um privilégio de quem tem dinheiro. Vamos criar o Serviço Nacional de Cuidados para proteger as crianças, para garantir independência e autonomia às pessoas com deficiência, para viver a velhice com qualidade de vida. Queremos serviços públicos atentos e próximos, independentemente da carteira de cada pessoa. Cuidarmo-nos e apoiar quem cuida é a nossa forma de vivermos juntos”.
O BE não fala em idade da reforma (em geral) mas defende que quem tenha 40 anos de descontos para a Segurança Social possa ter acesso à reforma completa (seja qual for a idade, sem necessidade de esperar pela idade legal de reforma) e pensões dignas (embora sem especificar o que isso quer dizer).
“Com a força do Bloco, o progresso será transformado em descanso, com a reforma completa aos 40 anos de descontos e com pensões dignas”.
Ainda assim, quem trabalha por turnos merece uma atenção especial devido ao desgaste de saúde e para estes trabalhadores, o BE defende a redução da idade de reforma.
“Vamos reconhecer o desgaste de quem vive a vida do avesso, garantindo a antecipação da idade da reforma e a atribuição obrigatória de um subsídio por turnos de pelo menos 30% do salário”.
Uma das prioridades do Bloco de Esquerda é o acesso à habitação, cada vez mais difícil tanto para os jovens como para os mais velhos. Por isso, propõe um teto para as rendas
“O preço da habitação é uma condenação dos jovens e uma angústia para os mais velhos e está a empobrecer a maioria.
Mudar de vida é ter uma casa decente e que o salário a possa pagar. Vamos estabelecer um teto nas rendas, ou seja, valores máximos de acordo com a localização e as características dos imóveis; parar a construção de hotéis; reduzir o alojamento local onde o turismo é excessivo; acabar com os vistos gold e construir casas públicas para baixar os preços”.
No Manifesto Eleitoral, o BE refere a necessidade de combater a discriminação a que vários grupos são sujeitos, assegurando os seus direitos fundamentais. É o caso dos migrantes, mulheres, comunidade LGTBQI+ e pessoas com deficiência. Racismo, xenofobia, sexismo, são alguns tipos de discriminação apontados. Mas não há qualquer referência ao idadismo.